sexta-feira, 16 de agosto de 2019

A morte e o ipê - GERSON AMARO

A morte e o ipê - GERSON AMARO

A morte liquida a conta
O fiado é fechado
Mas quem deve uma morte
Não recebe o perdoado
O perdão pertence a Deus
No fim do seu combinado
A historia que eu conto
A morte esconde o ponto
O final mais aguardado

Chico preto um inocente
Casado com Dona Fia
Um casal bem diferente
A pobreza de agonia
Chico Preto lá na roça
Algo então ele escondia
No passado assassino
Mas a morte e seu destino
Sua conta então pedia

No presente Chico preto
Fazia sua morada
Na água da Seriema
Na tapera encostada
No fundo em seu quintal
Uma arvore plantada
Um ipê de vinte anos
Tinha parte nos seus planos
E uma morte ele ocultava

O Ipê não dava flores
Um caso interessante
Os pé de ipê em volta
Tinha flor a todo instante
A vida sempre floresce
Do pequeno ao gigante
Mas com algo escondido
Nada tem o seu florido
nada é tão importante

Chico preto certa noite
Em um sonho acordou
Veio um ressentimento
A morte o visitou
"Vim pegar meu pagamento
Do irmão que tu matou "
Chico então arrependido
Assumiu o ocorrido
E seu crime confessou

Captura foi chamada
Pra resolveu este caso
No eito do pé de ipê
Um buraco nem tão raso
Um corpo foi colocado
Mas não foi por um acaso
Numa disputa de terra
Dois irmão fizeram a guerra
A morte teve seu vazo

No futuro Chico Preto
Trinta ano de cadeia
A morte cobrou a conta
So colhe de quem semeia
O ipê depois do fato
Todo ano ele floreia
O ipê seguiu em frente
Feito o sangue do inocente
Suas flor são bem vermeia

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