sábado, 30 de março de 2019



De Aroeira - Gerson Amaro

Hoje eu chego num local tão importante
E neste instante choro com muita emoção
Estou ao lado de minha velha companheira
Velha porteira bem grudada em seu mourão
Mas a historia hoje é bem diferente
A minha frente , vejo meu passado então
Agora eu faço minha passagem derradeira
Pela porteira dona desta inspiração


Lembro eu pequeno com meu papai tão querido
Dia comprido e trabalhado no sertão
O meu papai cortava lenha pra porteira
Eu o aguardava num descanso ali no chão
Em cada prego que pregava o papaizinho
Feito espinho que cravava em sua mão
Esta porteira também foi bem construída
Com sua vida , seu suor e sua paixão

Na mocidade eu também passei por ela
Sua tramela , trancou a minha razão
Quando sai para fazer a faculdade
Troquei verdade , por tamanha ilusão
A minha vida sempre foi pela fazenda
Amigo entenda essa minha indagação
Porque será eu mudei meu pensamento ?
Neste momento eu troquei meu coração

Então eu faço este meu verso de saudade
Vou pra cidade , trabalhar na confusão
Estou formado , com diploma de doutor
Mas meu amor sempre foi outra profissão
Eu me despeço hoje da minha parceira
De aroeira , foi a nossa união
Serrei caipira , por toda minha vida inteira
Velha porteira receba esta canção

Sitio Paraiso Gerson Amaro



Sitio Paraiso Gerson Amaro

A terra não vai ao céu
Nem se subir toda serra
Quem espera sempre alcança
Quem sonha sempre espera
Eu não sonho mais sozinho
Sozinho só se emperra
Eu vivo aqui na paz
Fugindo sempre da guerra
Por isso é que eu preciso
Fugir pro meu paraiso
O meu céu aqui na terra


Ouvir muita moda boa , é tudo que eu preciso
Os amigos ponteando , a viola esta chorando , No meu Sitio Paraiso

Um abraço de um amigo
É a resposta sincera
Pra pergunta sem resposta
Quando junta a galera
No silencio de um inverno
Se espera a primavera
Sem amigos um buraco
Vira logo uma cratera
Por isso é que eu preciso
Fugir pro meu paraiso
O meu céu aqui na terra

Ouvir muita moda boa , é tudo que eu preciso
Os amigos ponteando , a viola esta chorando , No meu Sitio Paraiso

Amigo Cachorro (Gerson Amaro)

Mais vale um cachorro amigo
Que um amigo cachorro
O Fogo desceu a serra
A água subiu o morro
No contrario do avesso
Ajudei no seu socorro
Mais vale um cachorro amigo
Quem um amigo cachorro

Um dinheiro emprestado
Foi motivo desta moda
Eu falo tudo que penso
O que penso ninguém poda
Quem não paga é caloteiro
Devagar a gente poda
Eu pedi o meu dinheiro
Mas minha te incomoda

Mais vale um cachorro amigo
Que um amigo cachorro
O Fogo desceu a serra
A água subiu o morro
No contrario do avesso
Ajudei no seu socorro
Mais vale um cachorro amigo
Quem um amigo cachorro

Caloteiro desce a serra
E não sobe nunca mais
Sobe o morro na goela
Na raça não é capaz
Um ditado Aqui deixo
Ditado nunca é demais
Quanto mais conheço o homem
Mais gosto dos animais

Mais vale um cachorro amigo
Que um amigo cachorro
O Fogo desceu a serra
A água subiu o morro
No contrario do avesso
Ajudei no seu socorro
Mais vale um cachorro amigo
Quem um amigo cachorro

Sonho de um Caipira Tidinha Preciosa / Gerson Amaro



Sonho de um Caipira
Tidinha Preciosa / Gerson Amaro

É madrugada na fazenda do Curisco
Meu amigo até arrisco , convido a viajar
O meu amigo Orlandinho companheiro
faz parte deste roteiro que eu vim aqui lembrar
Chama os meninos logo cedo para a lida
Nossa estrada da vida esta para começar
Vejo por cima, em meu sonho, a geada
Sereno da madrugada , vamos cedo trabalhar

Pelo trilheiro passa tudo até o passado
Meu presente é lembrado a viola vai chorar
Os bois bem prontos , com as cangas no pescoço
Eu me vejo ali tão moço , querendo pra lá voltar
Na guia vão , Mansidão e o Boi Chumbado
Tem Brioso tem Malvado aprendendo a carrear
O meu futuro é lembrar deste legado
Canto hoje esse sonhado , pra poder lhe emocionar

Vejo a moenda que girando traz Garapa
Minha mente adoçada , ela vai saborear
Dona Sinhá, fica ali só trabalhando
Um melado vai virando , para o mundo adoçar
Doce gamela de braúna trabalhada
Rapadura foi forjada , quem aqui vai me ajudar ?
Vejo o tacho , atiçando a fornalha
O caipira então trabalha , pra a vida celebrar

Então convido ao amigo uma viagem
Sei que estamos de passagem , vale a pena convidar
Lembre amigo de seus sonhos tão antigos
Viaje sempre aqui comigo nesta moda pra cantar
Nunca esqueça seu passado no presente
O futuro a nossa frente , nunca tarda de alcançar
Nosso passado será sempre a vitoria
Pois quem conta sua historia , nunca para de sonhar

quarta-feira, 27 de março de 2019

A Cartinha ( Toada ) Gerson Amaro



A Cartinha ( Toada )
Gerson Amaro

Arrecebi uma cartinha jeito antigo
Arrepare meu amigo o que ela foi dizê
Abri a carta, quase já sem o meu costume
Tinha cheiro de perfume, você tinha inté que vê
Até o carteiro achou meio diferente
Nunca viu a sua frente uma carta de amor
Então abri, o envelope da cartinha
Dentro dela amigo tinha, a rima do rimador


Papel de carta como era antigamente
Tem desenho inocente de uma rosa em botão
Caligrafia, bem escrita e detalhada
Com certeza até treinada com carinho e emoção
Tantas letrinhas com amor bem ajustadas
Quantas frases bem rimadas , um amor que não tem fim
Essa cartinha recebida no presente
Coloca na minha frente meu passado junto a mim

Então respondo numa moda apaixonada
Minha escrita não é nada, perto então de seu papel
Eu até tento responder na sua altura
Mas só tenho de escritura um pedacinho de céu
Mesmo assim tomei coragem e escrevinhei
Uma moda eu criei, e um amigo assim cantou
Sua cartinha , chegou e trouxe lembrança
E minha espera de bonança, junto dela me chegou

Cadeira Vazia – GERSON AMARO

Cadeira Vazia – GERSON AMARO

Lá na cozinha esta faltando uma pessoa
Que me magoa só eu me alembrar
Magoa sofrida de uma falta pela mesa
Hoje a tristeza resolveu me cutucar
Uma cadeira esá vazia em meu peito
Mas não tem jeito ninguém vai hoje sentar
Esta cadeira que o papai sentava nela
Abre a tramela dos meus olhos a chorar

O meu velhinho cozinhava para gente
Seis inocentes, seis bocas pra alimentar
E lá em casa todo mundo já sabia
Que alegria o papai vai cozinhar
Um frango assado no domingo era sagrado
Fogão queimado pela lenha a queimar
Hoje esta lenha queima o peito deste filho
Num estribilho que vou sempre soluçar

Hoje sentado nesta mesa me esvazio
Um arrepio fez meu coração rimar
Pois eu senti o meu papai por esta sala
E ninguém cala o meu jeito de pensar
Quem sabe um dia lá no céu encontremos
E sentaremos de novo pra prosear
Jesus conosco numa ceia infinita
Mesa bendita vamos todos se encontrar

sexta-feira, 15 de março de 2019

Guerreiro do Mato Gerson Amaro

Guerreiro do Mato
Gerson Amaro


Sempre foi difícil a vida na roça
Quem sabe eu possa pra vocês passar
A dificuldade que passa o caipira
A moda inspira e faz hoje eu lembrar
Eu conto agora com minha viola
E os verso controla o que vou contar
Eu sou um caipira e carrego o cansaço
Mas hoje no aço vou lhe emocionar


As mãos calejadas , de tanto trabalho
Não houve atalho para encurtar
A roça é sustento mas cobra dobrado
Meu corpo cansado vem testemunhar
O sol de flagelo, a chuva de benção
Que jamais esqueçam do herói e seu lar
Só tem sua cama , forquilha e madeira
Paina e paineira , para descansar


Enxada duas caras, duas libras e meia
Já fiz cara feia pra modi enfrentar
Rastelo e rodo, queira ou não queira
Café na peneira pra se abanar
Já tratei de bicho, da seda e do mato
Ou corro ou mato, não posso falhar
Perigo da roça e até assombração
Quaresma irmão pra se respeitar


Mas nunca reclama da vida que leva
Seus olhos eleva , pra Deus lhe olhar
Sua boca agradece, do fundo do peito
Um simples respeito, na igreja rezar
Joelhos dobrados, só mais um esforço
Caipira é o reforço que vem me inspirar
Eu sou um caipira , do mato um guerreiro
Também violeiro , pra historias cantar

segunda-feira, 11 de março de 2019

Moenda da Vida - Gerson Amaro



Moenda da Vida - Gerson Amaro

Escrevo rimas assim volto ao passado
Tenho rimado esta escrita no presente
No meu futuro vou salvando meu legado
Então eu volto ao passado novamente
Viajo em sonhos no papel escrevinhado
Amarelado pelo tempo da minha mente
A minha moda é escrever este sonhado
No complicado mundo que vem pela frente

Não sou poeta, sou caipira e rimador
A minha dor só tem um nome na verdade
São sete letras que me seguem onde eu for
Compositor quem tem sua dor em sua saudade
Com minha caneta nunca fui um professor
Mas sou doutor pra ensinar simplicidade
O meu diploma não ganhei de um diretor
Pois o amor , nunca ensinou na faculdade

Eu vou juntando fardos e assim vou vivendo
Vou aprendendo nesta roça tão querida
A minha enxada é minha caneta escrevendo
Me prometendo sempre a sua acolhida
Muitos amigos claro que eu vou colhendo
Vou recebendo a colheita desta lida
Meu desabafo outras vez vou descrevendo
Eu vou moendo na moenda da minha vida