sábado, 31 de agosto de 2019

O MENINO E A VIOLA – Gerson Amaro

O MENINO E A VIOLA – Gerson Amaro

Nas andanças desta vida
Eu sempre me encontrei
Num amigo pela rua
Eu mesmo me ensinei
Mas um dia nesta andança
Eu muito me emocionei
Na porta de uma igreja
Numa moda sertaneja
Um menino avistei

A viola de acompanho
O menino tão sozinho
Tocava uma moda boa
Tião carreiro e Pardinho
Do grande compositor
O saudoso Carreirinho
Como é que pode um menino
Tão novo com seu destino
De um ser um violeirinho

Um chapéu pedindo esmola
Uma moeda somente
O menino e a viola
Tocava muito contente
Mas então um segurança
Sujeito inconveniente
Pediu pra ele ir embora
Não pode tocar viola
Num lugar de povo crente

Menino saiu chorando
Pela ruas foi seguindo
Fui de perto de acompanho
Zelando pelo menino
Numa praça ele chegou
Uma imagem foi surgindo
Na porta de outra igreja
Uma imagem sertaneja
De encontro ele foi sorrindo

Entrando nesta igreja
A viola foi tocando
O menino muito alegre
Um santo já foi louvando
Salve sempre o Pai eterno
Aqui eu vou respeitando
Nesta moda então te falo
Ele viu foi São Gonçalo
Com a viola tocando

O menino hoje toca
Na missa todo domingo
No grupo de oração
A viola ta tinindo
O menino e a viola
Me Deus que milagre lindo
A viola ninguém poda
São Gonçalo diz na moda
Amigo seja bem vindo

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

só pra descontrair hahaha

Quebra Gaio – Gerson Amaro

Quando o caboclo é feio
Nem precisa de espataio
O passarinho nem beira
Contorna e não pega ataio
Eu rima com a caneta
Minha moda eu não faio
Piracema de feiura
Violeiro na agricultura
Só pega us quebra gaio

Tem violeiro bem novo
Tem violeiro grisaio
Tem velho e tem veiaco
Tem esperto e paspaio
Violeiro que joga truco
Se acha o rei do baraio
Piracema de feiura 
Violeiro na agricultura
Só pega us quebra gaio 

Eu saio deste pagode
Dou fim no meu cabecaio
Eu rimei mais um moda
Nem tive tanto trabaio
Quem espera sempre o mar
Se afoga no orvaio
Piracema de feiura 
Violeiro na agricultura
Só pega us quebra gaio 

FILTRO DE BARRO – GERSON AMARO

FILTRO DE BARRO – GERSON AMARO


Novamente eu falo da simplicidade
Pois essa verdade, não pode faltar
De novo lembro de outra saudade
Mais um humildade eu venho cantar
Minha alma tem sede, junto ao coração
Na moda então hoje eu reparo
Matei minha sede, voltando ao passado
Hoje meu rimado é um filtro de barro


A água da mina foi sempre fresquinha
A gente até tinha ela encanada
Mas um belo dia chegou para gente
Algo diferente, de pele rosada
Um filtro de barro , era o moderno
Moldado e eterno e feito na mão
Suas velas filtravam , com tanto carinho
De barro o gostinho , hoje na canção


A mãe com carinho fez até enfeite
Bordava contente , pro filtro enfeitar
Ao lado do filtro ficava a pia
A simples bacia com trem pra lavar
Uma canequinha feita de alumínio
Da venda do Plínio , o papai comprou
Hoje a lembrança deste objeto
Um sonho completo, minha sede matou

No passado e no presente Gerson Amaro

No passado e no presente
Gerson Amaro

Moda antiga é muito boa
Não esqueço esse legado
Não existe um futuro
Se não tiver o passado
Mas eu vivo no presente
Mas nenhum presente é dado
Moda antiga contagia
Mas foram também um dia
Moda nova no mercado

Quem planta sua semente
Um dia será lembrado
A colheita é certeira
Seu nome fica guardado
Na tulha do sertanejo
O estoque ta lotado
Quem canta moda antiga
O seu nome não dá liga
Mesmo assim muito obrigado

Relembrar é muito bom
No palco faz o agrado
Mas o novo é importante
Pra seguir o cadeado
Eu fecho com moda boa
Minha chave é o ponteado
A viola segue em frente
No passado e no presente
Só defendo um mesclado

Poetas de antigamente
Tem guardado seu reinado
Violeiros do começo
Pra sempre eternizado
Não prego esquecimento
Só vim dar o meu recado
Sou aluno nesta terra
Quem estuda sempre espera
Um dia ter seu mestrado

Caipira é o meu coração/ GERSON AMARO

Caipira é o meu coração/ GERSON AMARO

Eu sou um doutor formado
Minha nova profissão
Mas eu já fui lá da roça
Doutor com calo na mão
Por dentro eu sou matuto
Por fora um cirurgião
Estudo é minha conquista
Sou só um cardiologista
Caipira é o meu coração

A enxada foi meu sustento
Diploma minha missão
Os calos que eu ganhei
Suor que deixei no chão
Vivo a vida de um doutor
Mas não morri no sertão
A viola me fez artista
Sou só um cardiologista
Caipira é o meu coração

Quem me vê todo de branco
Nem tem na imaginação
Eu todo sujo de terra
Cuidando da plantação
A chuva faz o molhar
As veias irrigação
Molhada é minha vista
Sou só um cardiologista
Caipira é o meu coração

Um dia quero curar
As dores do meu irmão
A doença da saudade
Mais parece um grotão
Um vazio aqui no meu peito
Da espaço a esta canção
Na cidade sou turista
Sou só um cardiologista
Caipira é o meu coração

Milagre do Sertão Gerson Amaro

Milagre do Sertão Gerson Amaro

Eu acredito num milagre enviado
Que tem mostrado , Deus com todo seu perdão
Eu acredito que tem anjos espalhados
Que tem cuidados , nos trazendo a emoção
Eu conta a historia , de um fato interessante
Se quer que eu cante , preste muita atenção
Sou nesta terra filho de de Jesus querido
Por merecido sou um milagre do sertão

Um cemitério onde a morte vence a vida
Seca sofrida lá pros lados do Grotão
Nenhuma gota de chuva vinha caindo
E destruindo toda nossa plantação
Falta de fé , é um cuidado meu amigo
Se tens sofrido e tem feito indagação
Este milagre que eu conto nesta moda
Ninguém me poda de eu cantar esta canção

Em um canteiro sem uma gota de chuva
Onde a viúva é quem faz sua irrigação
Nasceu um pé de uma planta com sua alegria
De melancia , brotou frutos lá então
Deus doze frutos um pra cada mês do ano
Assim provando , que Deus manda no sertão
Pois sem a água , melancia então não nasce
Assim renasce um milagre meu irmão

Então a vida é que vence sempre a morte
A nossa sorte é ter nossa oração
Se um milagre o irmão ta precisando
Fique orando aguardando a provação
Feito a terra seca de um cemitério
Onde o mistério tem seu fim neste mundão
Fique atento pois o milagre sempre cerca
Mesmo na terra seca de um coração

Irmão de Rua Gerson Amaro

Irmão de Rua
Gerson Amaro

Em um mercado da cidade
Eu estava a caminhar
De repente me parou um moço
Deu bom dia para me saudar
Tatuagens pelo corpo
Roupas sujas e rasgadas
Muito magro e meio sem vida
No inteiro de sua jornada

Me pediu sua atenção
E pediu para comprar
Um pacote de balas de goma
Pois queria apenas trabalhar
Fui covarde nesta hora
E neguei então auxilio
E me disse “Deus que te abençoe”
Foi ai que eu perdi meu brilho

Tive medo do amigo
Eu confesso minha fraqueza
Não ajudei este pobre irmão
Fui bem rico em minha pobreza
Eu bem pobre de espírito
Fui mentira de maldade
Eu podia sim lhe ajudar
Esta sim era minha verdade

Resolvi, voltei atrás
Então fui o procurar
Encontrei ele no caixa sete
Parecia até me esperar
Perguntei então a ele
Já conseguiu seu dinheiro ?
Ele disse então com um sorriso
“Minha fé mandou eu vir primeiro”

Dei então a minha ajuda
Mas na verdade não dei nada
Mas amigo então recebi tudo
Num abraço, de alma apertada
Meu amigo então se foi
E então eu percebi
Que Jesus também estava lá
Só eu mesmo não reconheci

Suas vestes bem rasgadas
E seu corpo bem marcado
Estava magro em seu sofrimento
Feito Cristo então crucificado
Sim amigo vi um anjo
Que tem seu teto a lua
Toda vês que quiser ver Jesus
Ajude então um irmão de rua

O tijolo e o menino Gerson Amaro

O tijolo e o menino
Gerson Amaro

Um fazendeiro passeava pela estrada
Com o seu carro importado do Japão
O fazendeiro tinha pago neste carro
Algo em torno de bem mais que um milhão
Aquele carro era então o seu orgulho
Mas na estrada algo chamou sua atenção
Pois um tijolo quebrou o seu para brisa
Ele parou o carro até na contramão

Ao avistar só um menino pela pista
Muito nervoso foi em sua direção
Com o nervoso em seus lábios foi xingando
Para o menino disse muito palavrão
Mas ao menino só chorava e pedia
“Não foi por mal, escute minha explicação”
O meu irmão é cadeirante e caiu
Em um barranco olhe minha situação”

Ao avistar o menininho lá caído
Saiu correndo junto de seu coração
Desceu o morro sujando as suas vestes
Não importando com valor de seu cifrão
O fazendeiro socorreu o menininho
Pro hospital levou também o seu irmão
O tijolinho que o menino atirou
Então salvou a sua vida e do irmão

O fazendeiro então pensou no prejuízo
Mas fez o certo e consertou foi a questão
Vendeu o carro importado tão bonito
E o dinheiro ele comprou um lote bão
Foi transformado numa casa tão querida
Um hospital pra atender a região
E o tijolinho que quebrou seu para brisa
Foi o primeiro assentado pelo chão

O contrário do avesso Gerson Amaro

O contrário do avesso
Gerson Amaro

O perto já ficou longe
O longe já ficou perto
O aberto já fechou
Quem fechou ficou aberto
O deserto não é sertão
O sertão é um deserto
Não dou conta do recado
O certo hoje é errado
O errado hoje é o certo

A mãe mora bem pertinho
Mas o filho não visita
Viaja pro estrangeiro
Pra ver as coisas bonita
Mais bonito é a mãe
Jesus teve uma Bendita
No contrário do avesso
Eu não erro o endereço
Nem a rima da minha escrita

O perto já ficou longe
O longe já ficou perto
O aberto já fechou
Quem fechou ficou aberto
O deserto não é sertão
O sertão tá um deserto
Não dou conta do recado
O certo hoje é errado
O errado hoje é o certo

O comércio já fechou
O dono tá bem quebrado
Mas a conta tá aberta
No banco endividado
O governo não tem dó
E ainda cobra o coitado
No contrário do avesso
Eu não sei se eu mereço
Meu trabalho penhorado

O perto já ficou longe
O longe já ficou perto
O aberto já fechou
Quem fechou ficou aberto
O deserto não é sertão
O sertão tá um deserto
Não do conta do recado
O certo hoje é errado
O errado hoje é o certo

O deserto tá plantando
A água foi encanada
O sertão já tá secando
O governo não faz nada
A promessa do eleito
Nunca que é aprovada
No contrário do avesso
Deputado tem seu preço
E seu povo não agrada

O perto já ficou longe
O longe já ficou perto
O aberto já fechou
Quem fechou ficou aberto
O deserto não é sertão
O sertão tá um deserto
Não dou conta do recado
O certo hoje é errado
O errado hoje é o certo

Quando Deus Manda GERSON AMARO

Quando Deus Manda GERSON AMARO

Aqui na roça certo dia aconteceu
Algo ocorreu aqui na vila onde nóis mora
Lá na igreja no falante anunciava
Padre falava de uma ajuda a uma senhora
Recém-chegada na fazenda aqui vizinha
A vovozinha passava pela piora
Então o padre pediu por mais esta ajuda
“Alguém acuda essa irmã sem a demora”

Mas na colônia tinha fazendeiro ateu
Velho Aristeu já resolveu , ia ajudar
Chamou então o capataz desta fazenda
“Amigo entenda o que vou lhe contar
Essa ajuda vais ser mais uma lição”
O sabichão queria Deus já confrontar
“Entregue a compra , pra senhora, estou mandando
Mas vá falando que o diabo que foi dar”

O capataz sem entender obedeceu
Não entendeu mas um patrão não escarnece
Levou a compra pra senhora e foi falando
“ Estou lhe dando mas sabe quem oferece?
A senhorinha agradeceu e já lhe disse
“Mas que tolice ,eu não ligo, isso esquece
A minha fé , e o meu mundo o céu comanda
Quando Deus manda até o diabo obedece”

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

A morte e o ipê - GERSON AMARO

A morte e o ipê - GERSON AMARO

A morte liquida a conta
O fiado é fechado
Mas quem deve uma morte
Não recebe o perdoado
O perdão pertence a Deus
No fim do seu combinado
A historia que eu conto
A morte esconde o ponto
O final mais aguardado

Chico preto um inocente
Casado com Dona Fia
Um casal bem diferente
A pobreza de agonia
Chico Preto lá na roça
Algo então ele escondia
No passado assassino
Mas a morte e seu destino
Sua conta então pedia

No presente Chico preto
Fazia sua morada
Na água da Seriema
Na tapera encostada
No fundo em seu quintal
Uma arvore plantada
Um ipê de vinte anos
Tinha parte nos seus planos
E uma morte ele ocultava

O Ipê não dava flores
Um caso interessante
Os pé de ipê em volta
Tinha flor a todo instante
A vida sempre floresce
Do pequeno ao gigante
Mas com algo escondido
Nada tem o seu florido
nada é tão importante

Chico preto certa noite
Em um sonho acordou
Veio um ressentimento
A morte o visitou
"Vim pegar meu pagamento
Do irmão que tu matou "
Chico então arrependido
Assumiu o ocorrido
E seu crime confessou

Captura foi chamada
Pra resolveu este caso
No eito do pé de ipê
Um buraco nem tão raso
Um corpo foi colocado
Mas não foi por um acaso
Numa disputa de terra
Dois irmão fizeram a guerra
A morte teve seu vazo

No futuro Chico Preto
Trinta ano de cadeia
A morte cobrou a conta
So colhe de quem semeia
O ipê depois do fato
Todo ano ele floreia
O ipê seguiu em frente
Feito o sangue do inocente
Suas flor são bem vermeia

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Rastro de Mentira - Gerson Amaro

Rastro de Mentira - Gerson Amaro

A muito tempo eu troquei minha verdade
Num balaio de saudade que hoje quero aqui contar
Eu fui em busca de tentar uma melhora
Encontrei foi a piora que teimo em carregar
Em uma volta aqui na grande cidade
Avistei simplicidade e comecei a pensar
Em um canteiro numa casa bem bonita
Tive que por na escrita o que eu fui avistar

Em uma rua só de casas de mansão
Todas de alto padrão , onde rico vai morar
Entre coqueiros e flores bem coloridas
Todas casa bem floridas , flores são pra enfeitar
Mas o destaque que ordenha minha vista
Até te dou uma pista , meu passado foi buscar
Bem imponente num lugar bem destacado
Pé de café carregado , fez o caipira chorar

Não me contive e fui logo na guarita
cheguei feito uma visita , para mode perguntar
Então um moço até muito educado
Parecendo um soldado veio logo me explicar
Pois esta casa meu amigo me entenda
É de um dono de Fazenda , mas ele não vai morar
Fez esta casa pra seu filho que estuda
Mesmo assim ele educa que o café é quem vai pagar

Pé de Café , eu fiquei emocionado
Levo este aprendizado por onde eu for andar
Na minha infância quanto café abanei
Mas eu não acreditei que o dinheiro ia entrar
Cidade grande até tem modernidade
Mas caipira de verdade não foge de seu lugar
Eu fui covarde e fui um rastro de mentira
Eu deixei de ser caipira, sem coragem pra voltar

Uma cruz em minha viola Gerson Amaro

Uma cruz em minha viola
Gerson Amaro

Pelo corpo ferradura
A peçonha inocente
Natureza e criatura
Veneno muito valente
A doçura da amargura
Carrega pelos seus dentes
O bote é sua armadura
Astuta e inteligente
No verso do violeiro
Trago urutu cruzeiro
Uma cruz pra muita gente

Uma cruz em sua testa
No avesso de um malfeito
Urutu ninguém contesta
Tem o medo mais perfeito
A vida não é só festa
Quando sonho é desfeito
A coroa lhe atesta
O reinado por direito
No verso do violeiro
Trago urutu cruzeiro
Uma cruz com seu respeito

Tem por fé sua esperteza
Seu veneno não consola
A noite sua natureza
Suas presas não amola
O feio de uma beleza
É oferta sem esmola
Serpente e sua nobreza
Meus versos ela controla
No verso do violeiro
Trago urutu cruzeiro
Uma cruz em minha viol

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

PANCETA ENROLADA - Gerson Amaro



PANCETA ENROLADA - Gerson Amaro

Eu canto moda caipira
Faço moda bem rimada
Eu escrevo moda simples
Do jeito que são cantada
Mas hoje peço licença
Pra mostrar outra jornada
Apresento uma receita
Que deixa boca molhada
Anote os ingrediente
E depois convide a gente
Pra Panceta Enrolada


Uma panceta de porco
Meio gorda já comprada
A carne é para cima
Para ser bem temperada
Eu tempero com sal fino
E pimenta esmigaiada
Coloco um pouco de louro
Pra ficar bem perfumada
Tudo a gosto do cliente
E depois convide a gente
Pra Panceta Enrolada

Enrolemo a panceta
Com barbante amarrada
Coloquemo numa forma
No forno já foi deixada
Aguardemo o momento
Dela ficar bem dourada
Então nois tiremo ela
E demo uma fatiada
Daixa o óleo muito quente
E depois convide a gente
Pra Panceta Enrolada

Mergulhemo a panceta
E deixemos ela afundada
Ela vai pururucando
Rapidinho preparada
Escorremo na peneira
A gordura ajuntada
Coloquemo numa tabua
E depois é bem picaca
Amigos experimente
E depois convide a gente
Pra Panceta Enrolada

Eu reforço o pedido
Não esqueçam caipirada
Eu dei a receita boa
Mas também dei a lembrada
Quando fazer sua receita
Por favor não de mancada
Eu levo a minha viola
Participo da violada
O melhor ingrediente
E nunca esquecer da gente
Pra panceta enrolada

A Rosa da Noite ( Gerson Amaro )



Conto historias minhas e de outros , hoje conto a historia de vários ...

A Rosa da Noite ( Gerson Amaro )

Eu tenho saudade da casa rosada lá de ribeirão
Uma luz vermelha em sua varanda tinha minha atenção
Lá eu conheci, então a morena, no jardim da vida
A rosa da noite, de alma tão sofrida
A flor do poeta, e do seu refrão


A Rosa da noite
A Rosa e o perfume
A Rosa da vida
A Rosa e o costume
Rosa de carinho
Rosa com espinho
Rosa com seu vinho
Rosa sem ciúme

Na noite estrelada brilhava a estrela no céu de ilusão
No açoite da vida ela era o rumo de um coração
Um vinho barato era um convite , cigarro apagado
A Rosa da Noite , sorriso fechado
É a companhia de mais um refrão

A Rosa da noite
A Rosa e o perfume
A Rosa da vida
A Rosa e meu costume
Rosa de carinho
Rosa com espinho
Rosa com seu vinho
Rosa sem ciúme

A casa rosada já não mais existe, só nesta canção
Eu faço meus versos , lembrando da rosa em meu coração
Eu sou jardineiro, da noite e da lua
A Rosa da noite, pra mim continua
Será sempre a rima , mesmo que oprima, um outro refrão

A Rosa da noite
A Rosa e o perfume
A Rosa da vida
A Rosa e meu costume
Rosa de carinho
Rosa com espinho
Rosa com seu vinho
Rosa sem ciúme

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

MENTIRÃO – Alexandre Sabater/ Gerson Amaro

MENTIRÃO – Alexandre Sabater/ Gerson Amaro

Um sujeito mentiroso
Mas querido do povão
Pra ele contar mentira
Era quase profissão
No lugar que ele chegava
Já causava confusão
Todo mundo conhecia
Famoso na região
A coroa ninguém tira
Ele era o rei da mentira
Conhecido mentirão

A fama de mentiroso
Pra todo lado espalhou
Numa cidade distante
Notícia também chegou
Que para contar a mentira
Ninguém com ele igualou
Apareceu um sujeito
Que logo não concordou
Eu vou atrás do peão
E mostrar pro mentirão
Que o campeão eu que sou...

Como a distância era longe
Viajou por muitos dias
Só para bater de frente
E saber quem mais mentia
Um combate de engano
Esse encontro seria
Desafiante chegou
Na hora que escurecia
Querendo mostrar o valor
Na porta ele chamou
E um menino que atendia

“Eu busco um mentiroso
Que se diz ser majestade
Sou contador de mentiras
Deixo ele na saudade
Sou inteiro mentiroso
Ele não é nem metade
Ninguém nunca me enganou
Não caio nesta maldade
Quero então já conhecer
O cabra que vai perde
Quando eu disser a verdade

O menino que atendia
Logo então foi falando
“Ele saiu bem cedinho
Pois hoje esta trabalhando
Ele é cientista famoso
Sentado pode ir esperando
Fazendo experiência
Duas espécie ta cruzando
Vaga-lume e abelha
Criou a raça “vaguelha”
Que trabalha iluminando

O rumo desta conversa
Foi a prosa derradeira
O menino era o rei
De toda essa brincadeira
Mentira tem perna curta
Uma prosa verdadeira
O sujeito foi embora
Levando sua poeira
Dizia ser majestade
Mas metade da verdade
É sempre mentira inteira

sábado, 3 de agosto de 2019


Mais que um Doutor Gerson Amaro

Mais que um Doutor
Gerson Amaro

Hoje eu falo de um hospital bem famoso
Bem orgulhoso resolvi aqui cantar
Um hospital onde o caipira é lembrado
Abençoado, o sertanejo esta por lá
No interior do meu estado tão querido
Um grande amigo eu vim homenagear
Um fazendeiro muito mais que um Doutor
Peço o favor desta minha moda assuntar

Lá em São Paulo na cidade de Barretos
Este dueto veio então se inspirar
Eu falo claro do Hospital do Amor
Onde a dor a gente pode amenizar
Um jovem de uma família importante
Sonhou bem grande, e quis então realizar
“Vou construir um hospital nesta fazenda
Que sempre atenda quem vier lhe procurar”

Oitenta e nove foi o ano deste sonho
Eu te proponho um dia ir lá visitar
Inaugurado e aos poucos foi crescendo
Hoje estou vendo um milagre agigantar
Deus abençoe este sonho deste irmão
Que abriu mão de ser Doutor e se formar
Henrique Prata , caipira,muito obrigado
Estou curado , só Deus para lhe pagar

TEMPO DE ANTIGAMENTE Gerson Amaro

TEMPO DE ANTIGAMENTE
Gerson Amaro

TENHO SAUDADES DO TEMPO DE ANTIGAMENTE
ONDE A GENTE APROVEITAVA ATÉ DEMAIS
LEMBRO EU CRIANÇA BRINCANDO COM OS AMIGOS
SEM O PERIGO QUE A CIDADE HOJE TRAZ
AS BRINCADEIRAS INOCENTES PELAS RUAS
A LUZ DA LUA OU DO SOL EM SEUS IGUAIS
NÃO TINHA GUERRA COMO SE VÊ NA CIDADE
MAS SAUDADE DA LEMBRANÇA TRAZ A PAZ

BOLA DE MEIA NO TERREIRO EU BRINQUEI
IMAGINEI UM BELO ESTADIO PARA MIM
EU ERA O ZICO COM A BOLA ALI JOGANDO
IMAGINANDO QUE EU ERA BEM ASSIM
UM PEDACINHO DE JORNAL ERA UM CHAPÉU
UM CORONEL UM SOLDADINHO ENTÃO ENFIM
MARCHA SOLDADO , UM CAVALINHO DE MADEIRA
FAZIA POEIRA NUM GALOPE NO JARDIM

A BRINCADEIRA PEGA PEGA ESCONDE ESCONDE
BRINCAR DE BONDE COM UMA TAMPA DE PANELA
VER AS MENINAS BRINCANDO LÁ DE CASINHA
A BONEQUINHA DE MILHO BEM AMARELA
RODAR PIÃO, BOLA DE GUDE CARAMBOLA
BRINCAR DE ESCOLA NA PAREDE DA CAPELA
BEIJO , ABRAÇO OU APERTO EM SUA MÃO ?
O CORAÇÃO QUASE PARAVA NA GOELA

MAS HOJE EM DIA VEJO TUDO DIFERENTE
EU INOCENTE SÓ POSSO ENTÃO CHORAR
VEJO CRIANÇAS QUE NEM CONHECEM BRINQUEDO
EU TENHO MEDO DESTA MODA CONTINUAR
SENDO ADULTAS ANTES DA HORA MARCADA
QUEM SABE UM DIA O TEMPO D ANTIGAMENTE
POSSA PRA GENTE UM BELO DIA ENTÃO VOLTAR

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Vai Boiada Vai – Gerson Amaro / Dr Valdir Amaro

Vai Boiada Vai – Gerson Amaro / Dr Valdir Amaro

Ainda me lembro do meu tempo de criança
Vem na lembrança eu lá na cerca do quintal
Do outro lado era rua boiadeira
Fazia poeira um desfile sem igual
A comitiva conduzindo sua boiada
Que era puxada pelo som de um berrante
Neste momento eu não pensava mais em nada
Vendo a boiada e seu boiadeiro errante

Vai boiada vai
Vai seguindo o estradão
E o boiadeiro ladeando a boiada
Vai cumprindo sua jornada
No dever da profissão

E escutava no berrante conduzindo
Algo tão lindo que jamais me esqueci
Ave Maria , embalando essa passagem
Nesta viagem que hoje recordei aqui
A comitiva apiava no descanso
Em um remanso com comida em fartura
Até recordo o cheiro de alho queimando
Se misturando com a carne na gordura

Vai boiada vai
Vai seguindo o estradão
E o boiadeiro ladeando a boiada
Vai cumprindo sua jornada
No dever da profissão

Hoje não vejo mais o som deste passado
Está calado o herói do meu sertão
Aquela rua boiadeira asfaltada
Já foi tomada num futuro de ilusão
Então me resta no presente a lembrança
Eu bem criança lá na cerca no quintal
Velha saudade , velha rua boiadeira
Deixou poeira no olhos do capiau

Vai boiada vai
Vai seguindo o estradão
E o boiadeiro ladeando a boiada
Vai cumprindo sua jornada
No dever da profissão