A viola, o braço e eu
Gerson Amaro / Luis Borges
Segura seu preconceito
Que agora eu cheguei
Preconceito não existe
Na terra que me criei
Me criei pelo sertão
Sete léguas eu andei
Agulha tem sua ponta
Amigo não tome conta
Da vida que eu trilhei
E foi num ajuntamento
Que esta prosa aconteceu
Violeiro afamado
Meio que se intrometeu
No meu braço carregarava
Desenho que era só meu
A viola desenhada
Com a tinta tatuada
A viola, o braço e eu
Caipira que é caipira
Não faz a tal tatuagem
Assim vc envergonha
Até mancha nossa imagem
Eu tinha a reposta pronta
E usei de malandragem
Amigo este desenho
Tem a fé por seu empenho
Já explico essa passagem
Dou a minha explicação
Não quero saber da tua
Amigo o que eu faço
Sob o sol e sob a lua
E algo particular
Cada um tem sua rua
Dou resposta atrevida
Deus sempre deu dom da vida
Cada um cuida da sua
Segura seu preconceito
Que agora eu cheguei
Preconceito não existe
Na terra que me criei
Me criei pelo sertão
Sete léguas eu andei
Agulha tem sua ponta
Amigo não tome a conta
Da vida que eu trilhei