segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Venda de Matuto ( Gerson Amaro)



Venda de Matuto ( Gerson Amaro)

Na roça a gente , de tudo plantava
Mas também comprava , na venda também
Pertinho de casa , a venda rural
Pra nois mais normal , chamar de armazém
Ali do que tinha , não faltava nada
Na beira da estrada , na vida de alguém
A venda me traz , tamanha saudade
Comprei humildade , com poucas de cem

O velho baleiro , que até cantava
A gente rodava , para escutar
As balas , confeitos e os caramelos
Tinha sete belo , pra vida adoçar
Quarto centenário , dadinho famoso
Docinho gostoso , para se lembrar
No dia da compra a gente ganhava
Seu Zé embalava pra gente levar

Aquele balcão feito de madeira
Balança na beira , pesando de tudo
Secos e molhados ,açúcar e o sal
Peixe , bacalhau , miúdo e graúdo
Garrafão de pinga e fumo de corda
Quem não se recorda , deste conteúdo
A venda da roça , de tudo um pouco
Venda de caboclo , venda de matuto

A velha rural , ou uma carroça
Por toda a roça, minhas compras levou
Caixa de madeira ou saco de estopa
Que punhas as compra , que a gente comprou
Hoje só saudade , de um tempo passado
O supermercado , a venda trocou
Mas ainda resta , um pouco escondida
São vendas antigas , que tempo salvou

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