sábado, 21 de outubro de 2017

DEDEIRA DA SAUDADE Gerson Amaro

DEDEIRA DA SAUDADE
Gerson Amaro

Diz o ditado que o passado é um história
Que na memória se ajunta com a saudade
Nosso futuro a gente sonha só o espera
Feito quimera as vezes fica na vontade
Mas o que conto eu relembro o passado
Caso contado que envolve um mistério
Um objeto que um dia eu encontrei
Me assustei pois eu achei num cemitério

Como eu faço todo dia de finados
Acostumado ,que faço em todo ano
Vou visitando os amigo sepultados
O mau passado então fico relembrando
Visito sempre um amigo violeiro
Meu bom parceiro que da terra já se foi
Mas bem em frente da cruzinha de madeira
Uma dedeira feita de chifre de boi

Essa dedeira bem usada me esperava
Só não pensava no que ia acontecer
Levei pra casa esse objeto de bonança
Uma lembrança que então queria ter
Um certo dia recebi uma visita
De minha amiga, que era a filha do Tião
E quando viu esta dedeira em minha sala
Perdeu a fala de tamanha emoção

"Esta dedeira reconheço meu amigo
Ficou comigo numa certa ocasião
Eu me alembro , pois no dia eu chorei
A coloquei com o meu pai em seu caixão
Como se sabe meu pai era violeiro
Seu derradeiro pedido eu fiz então
“ Filha querida na minha hora derradeira
Quero a dedeira colocada em minha mão “

“Uma dedeira muito nova eu coloquei
Até chorei pois eu sabia que era o fim
Meu velho pai pra sempre foi o meu herói
Como me dói saber que esta longe assim
Mas hoje vendo esse objeto a minha frente
Fiquei contente , acredite no meu sim
Ta bem usada essa dedeira da saudade
Na eternidade ele ponteia então para mim

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