sexta-feira, 10 de abril de 2015

A MORTE DO PIRANGUEIRO Gerson Amaro


Uma moda no jeitão mais antigo de se escrever ...

A MORTE DO PIRANGUEIRO
Gerson Amaro

Na água da seriema
A seriema passou
E foi na água do rosa
Que uma rosa ali brotou
Na água do rio vermelho
Foi um sangue que manchou
Meu amigo pirangueiro
Valente João Guerreiro
Com a morte se encontrou

O sangue manchou a água
Por causa de um animal
Uma onça que escondia
No meio de um cafezal
Defendia sua cria
Pois isso é natural
Meu amigo ali pescava
Por isso não esperava
Seu destino ,seu final

A onça veio de encontro
E foi meio covardia
Atacou o meu amigo
Enquanto ele distraia
Atacou o seu pescoço
E meu amigo sofria
A onça que o atacou
Também morta lá ficou
Uma facão o protegia

Vendo que ia morrer
João Guerreiro deixou
Num papel que ele levava
Seu testamento mandou
“Eu deixo as minhas traias
Pra aquele que me achou
Mas hoje morro feliz
Pois fazia o que eu quis
Um pirangueiro eu sou”

Já não existia vida
Quando achei meu amigo
Não me esqueço da cena
Foi um dia dolorido
A água do rio vermelho
Foi este o nome escolhido
Meu amigo pirangueiro
As  traias do João Guerreiro
Até hoje estão comigo

Nenhum comentário:

Postar um comentário