O CÉU DO CAIPIRA
Gerson Amaro
Peço licença pra contar uma história
Quem na verdade conta é meu coração
Eu tenho dito que saudade é só memória
Mas te garanto o meu erro meu irmão
Quem tem saudade sabe do que to falando
Pois a saudade só se tem do que é bom
Saudade sempre é bem mais quem uma memória
Esta história que eu te conto com emoção
A minha vida sempre foi pela fazenda
Desde pequeno mexi com a plantação
Então lhe peço meu amigo que entenda
Nasci caipira está é minha profissão
“Banei” café e já tratei bicho da seda
Eu já colhi amendoim e algodão
Mas te garanto que colhi foi na verdade
A humildade que aprendi no meu sertão
Tratei de gado e apartei os bezerrinhos
Já tirei leite de encher um caldeirão
Cuidei da porca e também dos leitãozinhos
Já fiz chiqueiro, galinheiro e mangueirão
Eu já topei com onça pela minha estrada
E muito braba defendendo a criação
Vi sucuri descendo no leito do rio
Vi arrepio quando topei assombração
Já fiz carroça e charrete em minha vida
Já fiz porteiras grudadas em seu mourão
E quantas cercas de arame foram erguidas
E mata burros de madeiras no estradão
Já encabei enxada de duas libras e meia
E já ranquei minhoca com meu enxadão
Pense na vida de um bom trabalhador
Que com suor criou os filhos pro mundão
Agora conto o motivo da saudade
E o motivo que conta meu coração
Hoje eu moro veja só numa cidade
Mas não esqueço desta minha criação
Ainda penso em voltar pra minha terra
Nem que eu vá já descansando num caixão
Pois acredito que o céu para um caipira
Deus me inspira , é a fazenda e o meu sertão
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