terça-feira, 11 de outubro de 2016

Algema Invisível (Gerson Amaro)

Algema Invisível (Gerson Amaro)

Não vejo as cores, só em preto e branco
Caminho do pranto, eu já sei de cor
A minha saudade do meu velho campo
Lá era o meu canto e o meu xodó
Preso na cidade, algema invisível
Lugar bem sofrível, até tenho dó
Aqui eu não ouço cantar a humildade
A simplicidade de um xororó

No meio do mato eu vejo as cores
Esqueço as dores, não me sinto só
Ali eu caminho pela invernada
Na terra molhada eu planto jiló
Ali eu me visto do jeito que eu gosto
Então eu encosto o meu paletó
Um chapéu de palha em minha cabeça
Que eu nunca me esqueça ganhado da vó

Esse colorido um dia revejo
Pois sou sertanejo , não quero o pior
Se hoje estou preso na cidade grande
Meu peito se expande aguardando melhor
A minha cadeia é o meu trabalho
Aqui eu batalho , é meu xilindró
Um dia eu parto , ganho liberdade
Saio da cidade pro meu cafundó

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