Adoçando a saudade
Gerson Amaro/ Renan Pé de Vento
Minha mãezinha
Hoje estou visitando
Fazia tempo que eu não vinha mais
Ela com seus oitenta e poucos anos
E seu semblante me passando a paz
Sabedoria nos ensinamentos
Que a faculdade nunca ensinou
Água esquentando os meus sentimentos
Pra um café que nunca esfriou
Um canecão daquele esmaltados
Café passando em coador de pano
Na mariquinha ele tá pendurado
Café e tempo sempre estão passando
O cafezinho perfumando a casa
Foi ela mesmo que ele torrou
Aquele aroma fez mexer minhas asas
E foi voando que o tempo voltou
Numa travessa tem um pão cortado
E a manteiga que ela bateu
A bolachinha de nata do lado
E de passado o peito estremeceu
Um canecão daquele esmaltados
Café passando em coador de pano
Na mariquinha ele tá pendurado
Café e tempo sempre estão passando
Então na mesa começa a prosa
Sobre o passado que ela passou
De o meu pai lhe dando uma rosa
No dia que os dois se apaixonou
Naquela mesa tá faltando ele
Só a lembrança em ver o seu chapéu
Hoje o café, esquentou a saudade
Daquele que hoje descansa no céu
Um canecão daquele esmaltados
Café passando em coador de pano
Na mariquinha ele tá pendurado
Café e tempo sempre estão passando
Minha mãezinha mora lá na roça
Quero encurtar pra sempre esse café
Vou vir mais vezes, mesmo que eu não possa
Com a carroça ou viajando a pé
Felicidade vejo em seu rosto
De saber que o seu filho aqui voltou
Aqui eu volto e com muito gosto
Pois sou o tempo que ainda não passou
Um canecão daquele esmaltados
Café passando em coador de pano
Na mariquinha ele tá pendurado
Café e tempo sempre estão passando
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