segunda-feira, 6 de maio de 2019

Fardo de um Poeta – GERSON AMARO



Fardo de um Poeta – GERSON AMARO

Em minhas noites mal dormidas me formei
Tudo que sei a minha parceira escrevinhou
Na lua cheia quantos poemas eu fiz
Moda raiz minha viola ponteou
Sou diplomado pela noite que me vem
E me convém ter um diploma de doutor
Eu dou consulta de rimas e poesias
Posologia é muitas rimas sim senhor

O meu diploma sempre foi minha caneta
Disse o poeta, o caipira rimador
Em um caderno de arame escrevinhei
E indiquei o meu remédio pra sua dor
Sei que saudade só se tem do que bom
E o meu dom é escrever este amor
Junto vogais e consoantes numa rima
A alto estima, por onde o poeta for

A parceria que eu dei para insônia
Não foi vergonha pelo que ela inspirou
De madrugada a saudade é bem mais forte
A dor da sorte meu azar a espantou
Quem dera um dia eu explicasse pro poeta
Que sua meta é só curar uma outra dor
Pois o poeta quando quer ser consultado
Carrega o fardo de não ter nenhum doutor

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