RUMO A ETERNIDADE -Gerson Amaro
BEM DIZIA DINO FRANCO
QUE DESCREVEU O MEU PRANTO
EM CABOCLO NA CIDADE
LÁ NA ROÇA EU SORRIA
ERA MINHA ALEGRIA
E TODA MINHA VERDADE
HOJE EU SOU UM CAIPIRA
A CIDADE É MINHA MENTIRA
NÃO TENHO FELICIDADE
MAS EU TENHO A ESPERANÇA
UMA ESPERA DE BONANÇA
DEPOIS DESTA TEMPESTADE
AQUI SOU A MINORIA
NEM RECEBO MEU BOM DIA
BOA NOITE OU BOA TARDE
UM POVO TUDO APRESSADO
PARECE QUE ESTRESSADO
COM A TAL DA ANSIEDADE
AQUI NÃO TEM PLANTAÇÃO
SÓ PLANTIO DE ILUSÃO
COLHENDO FUTILIDADE
COLHEITA QUE EU NÃO QUERO
POIS NA VIDA SÓ ESPERO
VOLTAR PRA SIMPLICIDADE
HOJE VIVO PELA SOMBRA
TANTO PRÉDIO ME ASSOMBRA
O VERDE É MINHA VONTADE
TUDO CHEIRA A CIMENTO
AQUI TUDO É CINZENTO
É A COR DA FALSIDADE
ME FALTA MEU COLORIDO
DE MEU RIBEIRÃO BONITO
PALETA DA HUMILDADE
A MISTURA DESTAS CORES
ALIVIARIA ESTAS DORES
QUE HOJE SINTO NA CIDADE
NESTA MODA ME REVOLTO
MAS UM DIA SEI QUE VOLTO
INTEIRO A MINHA METADE
VOU ARRUMAR ESTE ERRO
TALVEZ SEJA O DERRADEIRO
NO FIM DA MINHA IDADE
NEM QUE SEJA NUM CAIXÃO
VOU VOLTAR PRO MEU SERTÃO
PRA PLANTAR MINHA SAUDADE
POIS LÁ É O MEU REMANSO
PRA SEMPRE O MEU DESCANSO
RUMO A ETERNIDADE
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